Muita piada têm tidos estes quatro anos de show off do Eng. José Sócrates.
Em ano de eleições e tempo de balanço do que o país tem vivido, aproveito para contar um episódio que me aconteceu há já uns meses, por altura da divulgação daquela divertida ideia do qualquer coisa 4-18, relacionada com um desconto de 50 % nos passes sociais a estudantes até aos 18 anos com umas cores muito vivas sobre fundo preto.
Com 17 anos ainda, decidi ir à Estação de comboios onde habitualmente carrego o cartão Lisboa Viva para saber o que fazer com vista a beneficiar desta fantástica medida do nosso carinhoso Governo PS.
Chegada à estação, recebo uma curiosa informação: a medida não se aplica a estudantes do Ensino Superior. Aliás, o panfleto afirma-o: «Estudantes dos 4 aos 18 anos (inclusive), que não frequentam o ensino superior (…)». Discriminação positiva, de que tanto se tem falado? Não me parece…
Mas esta exclusão parece-me estupidamente óbvia e ainda hoje me sinto espantada e, de certa forma, algo envergonhada, por ter podido pensar que os estudantes do Ensino Superior beneficiariam desta misericordiosa medida. Verdadeiramente, a despesa que os estudantes universitários causariam ao Governo faria com que, ao comparticipar metade do valor dos nossos passes sociais (e o meu é de 40 €…), este executivo estivesse – onde é que já se viu? – a apoiar verdadeiramente os jovens. Ora, todos sabemos que apoiar os portugueses é coisa que este Governo não fez (e eu, além de portuguesa, sou jovem e, como se não bastasse, estudante do Ensino Superior…).
De qualquer forma, nem mesmo todos os alunos do Ensino Secundário beneficiam desta medida. Leia-se:
Quais os transportes públicos abrangidos?
Todos os transportes públicos colectivos de passageiros, rodoviários e fluviais, a nível nacional bem como os ferroviários urbanos e regionais. Também irão estar abrangidos os transportes urbanos dos municípios que vierem a aderir ao 4_18@escola.tp.
Os transportes municipais que, no interior, são a única opção para a deslocação dos alunos, só estarão abrangidos se o município quiser. Recuso-me a imaginar se, querendo, será o município ou o Governo a comportar as despesas. Toda a gente sabe como são abastados os municípios portugueses...
O publicitado e aclamado apoio parece resumir-se, assim a meia dúzia de trocos que o Governo encontrou e decidiu doar.
E parece isto fazer parte de um pacote de medidas deste executivo para extinguir o Ensino Superior. As dotações orçamentais para as universidades públicas portuguesas foram – digo-o de alma e coração – uma indescritível e inominável vergonha. Talvez façam (mais um) orçamento rectificativo lá para a altura das eleições.
Abraços laranja
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